Hoje é dia da criança. Até eu crescer esta data era uma das mais importantes da minha vida, depois do natal, claro e do meu aniversário.
Presentes, paparicos, tudo que uma inocente criança tem direito de receber. Tudo para garantir, pelo menos o sonho de um futuro melhor.
O tempo foi passando e eu entendi que estas datas comerciais começaram a fazer sentido realmente em minha. Cada data, mês a mês, tinha um siginificado. E um significado nada agradável.
Tentei, ao lado de alguns amigos, desmistificar a data, mostrar a irrelevância de cada comemoração ligada ao comércio. E tudo girava exatamente em torno do capital. Era o tal do capitalismo selvagem tomando conta de todos.
Procurei por várias datas fugir, deixar de ser refém de um comércio que visa somente o lucro, não de homenagear o pai, a mãe, as crianças.
Para mim estas datas se tornaram datas comuns, dia comum como qualquer um outro dia. Não queria ser tomado como discípulo do TER.
Só agora, depois de ter duas crianças em casa, eu descobri que a maior vítima não sou eu que compro os objetos de prazer da meninada. O maior refém do capitalismo é o pequeno que vê e pede a papai. Que vê e pede a mamãe. A vovô ou a vovó. Titio ou titia.
Como dizer a ela que a ilusão que nos mete o comércio é maléfico para o ser humano ? Como dizer a criança que não comprarei o seu brinquedo simplesmente para satisfazer aos lucros de empresários sem escrúpulos ? Como explicar ao meu filho que o vizinho comprou porque ele faz o joguinho comercial do capitalismo selvagem ?
Ah! Comprei. E sabe o que mais. Os meus meninos ficaram tão contentes. Seus sorrisos diante dos presentes foram tão contagiantes que não posso deixar de repetir este gesto.
Taí. O segredo do comércio é fisgar a criança pois sabem que, só assim, o restante da família será presa fácil para virá prisioneiro enquanto a infância durar.
E, enquanto existir criança, este ciclo vicioso repetirá sem pena nehuma dos bolsos de quem é explorado.
Dá-lhe capitalismo selvagem...
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