É muito complicado aniversariar duas vezes por ano. Complicado pelas explicações que tenho que dá. Mas é gostoso receber grados duplo.
Para quem ainda não sabe, aí vão as explicações:
Quando pequeno, sempre comemorava meu aniversário no dia 10 de
abril. Dizia minha mãe que eu nasci num sábado de Aleluia, ou seja, na
Semana Santa, precisamente no dia do Judas.
Pois bem. Com o passar do tempo a confusão foi se formando. Pessoas
perguntavam a data do meu nascimento e eu prontamente informava a data
de abril. Mas quando conferiam os documentos, viam a data
alterada. Foram várias vezes nesta situação até que tomei uma atitude de
adotar a que consta no documento, porque, afinal, ela é oficial.
Daí veio outro problema: a minha mãe não aceitou de maneira alguma.
Sempre ressaltando o erro no cartório e que não poderia adotar aquela
data (10 de julho).
Chegando nos finalmente, a algo em torno de 10 anos atrás, resolvi
adotar a data oficial contra-argumentando com minha mãe e tornando a
data definitiva em minha vida.
Minha mãe continuou a parabenizar-me ainda no dia 10 de abril todos
os anos. Tentei por vários momentos resistir a esta data e a
repreendê-la. Para minha surpresa, fiquei sabendo o motivo da rejeição
dela: a minha avó materna, Ivanice Zirca da Silva, morreu naquela data
(10 de julho). Daí tanta resistência.
É verdade que hoje minha mãe aceita mais a data do registro, mas daí
veio outro problema. Eu me acostumei tanto com as duas datas que ano a
ano quero ganhar presente em dobro. Pelo menos os parabéns duplo eu recebo todos os anos.
De certa forma, parabéns para mim...
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